Em maio seca se atenua em Pernambuco e Alagoas e se agrava na Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. Demais estados nordestinos mantém severidade do fenômeno
Em termos de área com seca, Pernambuco teve recuo do fenômeno, enquanto Maranhão e Piauí tiveram expansão. Demais estados não registraram variação da área, sendo que a Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe seguem com 100% de seus territórios com seca
A última atualização do Monitor de Secas, referente a maio, aponta que no Nordeste houve um agravamento da seca na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Norte. No sentido oposto, Alagoas e Pernambuco tiveram uma atenuação do fenômeno. Em termos de severidade, os demais estados nordestinos registraram estabilidade em comparação a abril. Já em termos de área com seca, Pernambuco teve recuo do fenômeno, enquanto o Maranhão e o Piauí tiveram avanço da seca. Os demais estados não registraram variação da área com o fenômeno.
Na comparação entre abril e maio, Alagoas teve uma redução da severidade do fenômeno com o recuo da área com seca grave (de 33% para 22% do estado) no noroeste do estado em função das chuvas acima da média. Também foi verificada a leve redução da área total com seca de 63% para 61% do território alagoano entre abril e maio. Com isso, o estado teve o maior percentual de área livre de seca do Nordeste em maio: 39%.
A Bahia registrou um aumento da área com seca moderada, que passou de 48% em abril para 56% de seu território em maio sobretudo em parte da região central e faixa leste do estado, devido às chuvas abaixo da média nos últimos meses. Desde março deste ano, 100% da Bahia passa por seca. Em maio a Bahia teve a maior área total com seca entre as 20 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor: 567 mil km².
Segundo o Monitor de Secas, em maio o Ceará seguiu com o fenômeno em 100% de seu território, o que acontece desde fevereiro deste ano. Em termos de severidade, aconteceu um aumento da área com seca moderada no sudoeste do estado, devido à piora nos indicadores de seca, que passou de 43% para 52% do território cearense em comparação a abril. Esta é a maior extensão de seca moderada no estado desde fevereiro de 2020, quando 57% do território cearense enfrentou esse grau de severidade.
Entre abril e maio, o Maranhão teve uma expansão da área total com seca de 63% para 72% do território maranhense sobretudo em função do avanço da seca fraca no centro e no norte do estado, devido às chuvas abaixo da média nos últimos meses, passando de 45% para 54% do Maranhão. Em termos de severidade, o estado segue com áreas com seca moderada em 17% do estado.
No caso da Paraíba, a área total com seca permaneceu no patamar de 87% do estado entre abril e maio. No período houve uma leve variação da porção com seca moderada, que subiu de 49,64% para 51,39%. Já no litoral sul houve um leve recuo da seca fraca, em função das chuvas acima da média nos últimos meses, passando de 32,29% para 29,99% da Paraíba. Como as variações são pequenas, tanto a área total quanto a severidade do fenômeno ficaram estáveis entre abril e maio.
Pernambuco, entre abril e maio, houve simultaneamente a redução da extensão da seca em seu território, assim como a atenuação do fenômeno no sudoeste e no leste do estado. A área total com seca caiu levemente de 85% para 78% do estado. Em termos de severidade, a área de 3% de Pernambuco com seca grave deixou de ser verificada em maio.
No Piauí a área com de seca subiu de 83% para 87% de seu território entre abril e maio, devido às chuvas abaixo da média. As áreas com seca moderada se expandiram levemente de 44,41% para 45,95%, enquanto as porções com seca fraca passaram de 38,68% para 41,76%.
Entre abril e maio, o Rio Grande do Norte teve um agravamento da seca com o aumento da área com seca moderada no leste potiguar, devido às chuvas abaixo da média, sendo que esta severidade do fenômeno subiu de 55% para 67% do estado. Já a seca grave segue em 17% do Rio Grande do Norte. Esta é a condição mais severa do fenômeno no estado desde janeiro de 2020, quando 24% do estado passou por seca grave. Desde dezembro de 2020, todo o território potiguar registra seca.
Em maio a severidade da seca se manteve estável em Sergipe nos patamares de 27% de seca fraca, 38% de seca moderada e 34% de seca grave, devido às chuvas dentro da normalidade. Assim, o estado registrou a maior área com seca grave e a condição mais severa do fenômeno em maio no Nordeste. Desde outubro de 2020, Sergipe passa por seca em todo o seu território.
Em maio deste ano, em comparação a abril, as áreas com seca tiveram aumento em seis das 20 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor de Secas: Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. Já no Espírito Santo o fenômeno voltou a ser identificado, o que não acontecia desde fevereiro deste ano. No sentido oposto, dois estados tiveram redução de sua área com seca: Alagoas e Pernambuco. Outros dez estados não tiveram variação da área com seca (Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe), enquanto o Distrito Federal permanece sem registrar o fenômeno desde janeiro.
Em sete estados, 100% de seus territórios registraram seca em maio na comparação com abril: Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Outros três estados registraram entre 97 e 99,5% de área com seca: Ceará, Goiás e Paraná. Exceto o DF, as demais nove unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor apresentam entre 33% e 88% de suas áreas com o fenômeno.
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
Em termos de severidade do fenômeno, dez estados tiveram um agravamento da seca em maio: Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo. Já no Espírito Santo a seca fraca voltou a ser registrada. Nos casos de São Paulo e Santa Catarina houve respectivamente uma forte expansão das áreas com seca excepcional e seca extrema. Além do território paulista, parte do Triângulo Mineiro também registra seca excepcional, a mais severa na escala do Monitor. Por outro lado, três unidades da Federação tiveram abrandamento da situação de seca: Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Enquanto o DF segue sem o fenômeno, as demais unidades da Federação mantiveram a severidade da seca identificada em abril. Veja a seguir a distribuição das categorias de seca em todas as unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor em maio.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, a Bahia lidera a área total com seca, seguida por Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, como ilustra o gráfico a seguir.
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor agora abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em seus respectivos estados são as seguintes:
- ALAGOAS: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)
- BAHIA: Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA)
- CEARÁ: FUNCEME, Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE)
- MARANHÃO: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (LABMET-UEMA)
- PARAÍBA: Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA)
- PERNAMBUCO: Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)
- PIAUÍ: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR)
- RIO GRANDE DO NORTE: Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) e Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)
- SERGIPE: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS)
A metodologia do Monitor de Secas, em operação desde 2014, foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.