Soneto

Por Reinaldo Oliveira*

Eternos anos de amor ele servia
Rosa, apenas a ela, loira bela;
Mas não servia a si, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o destino, usando de cautela,
Em lugar de Rosa lhe dava vigia.

Vendo o tenaz servidor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua loira,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros eternos anos,
Dizendo: – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!

* Diretor da Associação Cearense
de Imprensa – ACI

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