A dois meses de o open banking entrar na principal fase de implementação, a maior parte dos brasileiros ainda não conhece bem o sistema que prevê compartilhamento de dados bancários. Segundo pesquisa C6 Bank/Ipec, 69% dos brasileiros com acesso à internet afirmam que precisam entender melhor essa novidade antes de decidir se vão compartilhar informações financeiras.
O sistema financeiro aberto prevê o compartilhamento de informações bancárias dos clientes entre as instituições financeiras com o objetivo de aumentar a concorrência, a disponibilidade e personalização de produtos no mercado.
“Ao contrário do Pix, que é um produto com vantagens muito claras, o open banking é um novo ambiente, regulado pelo Banco Central, que vai permitir uma série de soluções e inovações. Essas soluções também vão se traduzir em vantagens para os clientes, principalmente em redução de tarifa e spread, mas esses benefícios precisam de um tempo maior para se tornarem tangíveis para o consumidor”, diz Maxnaun Gutierrez, head de produto e pessoa física do C6 Bank.
A pesquisa também aponta que 33% dos brasileiros mostram-se interessados em compartilhar seus dados pessoais com instituições financeiras em troca de economia com tarifas e taxa de juros. Outros 43% ainda têm receio de autorizar o compartilhamento.
As mulheres e os entrevistados com mais de 55 anos são os grupos mais receosos. Entre elas, 46% responderam que não têm interesse em compartilhar seus dados com instituições financeiras. Na faixa de 55 anos ou mais, esse percentual é de 51%. Os consumidores entre 25 a 34 anos, por outro lado, são os mais propensos a compartilhar dados em troca de benefícios financeiros.
A primeira fase do open banking entrou em vigor em 1º de fevereiro deste ano. Então, as instituições disponibilizaram ao público informações padronizadas sobre os seus canais de atendimento e as características de produtos e serviços bancários tradicionais que oferecem. Nessa fase do open banking, não há compartilhamento de nenhum dado de clientes.
A segunda fase do open banking começa no dia 15 de julho de 2021. Segundo o Banco Central, a partir dessa fase, os clientes, se quiserem, poderão solicitar o compartilhamento entre instituições participantes de seus dados cadastrais, de informações sobre transações em suas contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados. O compartilhamento ocorre apenas se a pessoa autorizar, sempre para finalidades determinadas e por um prazo específico. O cliente pode cancelar essa autorização a qualquer momento em qualquer das instituições envolvidas no compartilhamento.
As entrevistas para a pesquisa C6 Bank/Ipec foram feitas entre os dias 22 e 28 de abril deste ano, com 2000 brasileiros das classes A, B e C, com acesso à internet no país todo. A margem de erro é de dois pontos percentuais.