Brasileiros foram os que mais engordaram na pandemia
Dados foram divulgados por pesquisa internacional e professora da UNINASSAU dá dicas para recuperar a boa forma
Além dos danos na economia do país, a pandemia do novo coronavírus também trouxe consequências para a saúde dos brasileiros. De acordo com a pesquisa Diet & Health Under Covid-19, realizada com respondentes de 30 nações em todo o mundo, 52% dos entrevistados no Brasil declararam ter engordado. A média de aumento de peso no referido período é de 6,5 kg. A pesquisa on-line foi realizada com 22.008 entrevistados, com idades entre 16 e 74 anos e os dados foram colhidos de 23 de outubro de 2020 a 06 de novembro de 2020.
De acordo com a professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Maurício de Nassau, em Fortaleza, Mariana Carvalho, o ganho de peso na pandemia se deve ao fato de que as pessoas ficaram mais tempo confinadas em casa e, por isso, gastaram menos calorias e tiveram tendência em comer mais.
“A ansiedade frente a tantas incertezas e o medo da doença favoreceram o consumo de alimentos em maior quantidade e menor qualidade, destacando o crescimento de empresas de delivery nessa época. Outros fatores como mudanças no padrão de sono, menos exposição ao sol, abuso de bebidas alcóolicas e queda na renda familiar também merecem destaque”, explica Mariana.
De acordo com a pesquisa, segundo a opinião dos entrevistados, alguns hábitos podem ser eficazes para reduzir os riscos de ter os sintomas mais críticos da doença. A prática regular de exercícios foi citada por 38%, já 28% mencionaram parar de fumar, 26% concordam que o uso de suplementos de vitamina D é efetivo, 17% acham que é importante perder peso e 9% citaram deixar de consumir bebidas alcóolicas. Segundo a professora, esses hábitos realmente interferem na perda de peso.
“A prática de atividade física é uma importante aliada na nossa saúde como um todo. Um dos vários benefícios é o controle e a redução de peso, pois nos faz gastar calorias e diminui a quantidade de tecido adiposo no corpo. As bebidas alcóolicas desidratam, não possuem nenhum nutriente, além de terem muitas calorias e serem muitas vezes acompanhadas de alimentos calóricos. A vitamina D em baixas concentrações no corpo tem papel conhecido na obesidade, sendo indicada a investigação de hipovitaminose D e, se necessária, a suplementação”, afirma.
Para montar um prato saudável nas refeições, a recomendação é preparar os alimentos em casa e investir em legumes e verduras, além de apostar na variedade. “Uma sugestão é a metade do prato contar com salada crua e cozida e a outra metade contar com 1 representante do grupo dos cereais (pães, arroz, macarrão, cuscuz) e um representante do grupo das proteínas (carnes, ovos, leite e derivados, feijões). Uma fruta pode ser a sobremesa após o almoço e o jantar e recomenda-se beber líquidos cerca de 40 minutos após o almoço”, orienta a professora.
Com a crise econômica que o país vive, a alimentação está custando mais cara para o bolso do consumidor. De acordo com Mariana, o primeiro passo é planejar as compras, que devem ser mensais ou quinzenais, além de fazer uma lista e evitar frequentar o supermercado quando estiver com fome e na companhia de crianças. Além de economizar, essas ações evitam que o consumidor compre alimentos desnecessários e que colaboram com o ganho de peso.
Diante disso, a profissional também dá dicas de alimentos que podem ser inseridos no carrinho do supermercado que são baratos e saudáveis: “Escolha os chamados alimentos minimamente processados, que são aqueles alimentos que sofreram poucas mudanças pela indústria: arroz, carnes, leite e derivados, feijões, macarrão, tapioca, frutas e verduras, etc, e faça substituições por alimentos equivalentes e mais em conta. Outra dica é optar por alimentos regionais, frutas e verduras da estação compradas em dias de promoção em supermercados ou em feiras populares”, finaliza.