Influência do WhatsApp na polarização política

Dois dias após o primeiro turno das eleições de 2018, ainda impactado com o resultado das urnas, o pernambucano Marcelo Luna percebeu, assim como milhões de brasileiros, que nada sabia do que acontecia nos subterrâneos das redes sociais brasileiras, principalmente no WhatsApp. Decidiu então adentrar uma longa jornada pesquisando milhares de mensagens, processando a propaganda e maturando o entendimento. Com o material em mãos, entrevistou intelectuais de diversas áreas profissionais para compor o documentário de longa metragem “Fora da Bolha”, que será lançado nas primeiras horas da próxima segunda-feira (dia 07 de setembro) na plataforma Vimeo.   (https://vimeo.com/foradabolhadoc)

A ideia de Luna (conhecido do público brasileiro pelo doc “O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas”, 2000), foi de compor um mosaico de ideias que ajudam a interpretar os motivos que nos levaram à atual polarização política do Brasil. Desde os acontecimentos de 2013, as eleições de 2014, a Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e a chegada ao poder de Jair Bolsonaro. “Foi uma eleição presidencial diferente de todas as outras. Pela primeira vez, depois da redemocratização no Brasil, a campanha de TV não teve tanta importância. O mais importante na eleição foi o WhatsApp, que consolidou as bolhas, propagou as mensagens, multiplicou as adesões. Foi aí que procurei ‘sair da minha bolha’ e pedi que até mesmo pessoas desconhecidas ou não tão próximas, como o porteiro do meu prédio, a atendente na padaria, o motorista do Uber, a vendedora da loja ou o garçom no bar, me mandassem conteúdos recebidos. De tudo. Contra e a favor de Bolsonaro e de Haddad”, conta Luna.

Para não repetir os binarismos políticos tão predominantes no país dos dias que correm, Marcelo Luna, que também é jornalista, entrevistou para o longa, de 103 minutos de duração, pensadores, como o economista Raul Silveira, o cientista político Marcus André Melo, o sociólogo Josias de Paula, o filósofo Francisco Bosco, o ensaísta João Cezar de Castro Rocha, a psicanalista Débora Abramant, a comunicóloga Cila Schulman, o psicanalista Tales Ab’Saber, o comunicólogo político Eduardo Saphira e o antropólogo e escritor Antonio Risério.

“É um documentário totalmente independente e colaborativo. Quero que o filme renda novas percepções e subjetividades. E que possamos todos sair das bolhas que aprisionam, enfraquecem e limitam nossa compreensão. Não quer sair de sua bolha? Tudo bem. Faz parte viver em bolhas sociais, desde que se perceba que é preciso criar conexões entre elas, com convivência e respeito”, diz o realizador.

“Fora da Bolha” estreia no próximo dia 07 de setembro, no canal do Vimeo do doc. Dois dias após o primeiro turno das eleições de 2018, ainda impactado com o resultado das urnas, o pernambucano Marcelo Luna percebeu, assim como milhões de brasileiros, que nada sabia do que acontecia nos subterrâneos das redes sociais brasileiras, principalmente no WhatsApp. Decidiu então adentrar uma longa jornada pesquisando milhares de mensagens, processando a propaganda e maturando o entendimento. Com o material em mãos, entrevistou intelectuais de diversas áreas profissionais para compor o documentário de longa metragem “Fora da Bolha”, que será lançado no próximo dia 07 de setembro na plataforma Vimeo.   Vai estar, nesse dia e no dia seguinte, disponível gratuitamente. A partir do dia 9, será possível alugá-lo no canal Fora da Bolha, no Vimeo. Além disso, as redes sociais do doc já estão no ar (@foradabolhadoc) com teasers e provocações. Na semana de lançamento, acontecem três web debates no youtube com o realizador e convidados. No dia 7, João Cezar de Castro Rocha e Tales Ab’Saber; no dia 9, Cila Schulman e Marcus André Melo; e, no dia 11, com Antonio Risério e o convidado que não está no filme, mas que está sendo agregado ao debate, Eduardo Giannetti. Sempre às 19h.

SINOPSE 

Fora da Bolha (103”)

Documentário que apresenta depoimentos de intelectuais de várias regiões do país e compõe um mosaico de ideias/pensamentos que nos ajudam a entender e interpretar os motivos que nos levaram à atual polarização política do Brasil.

Um filme do pernambucano Marcelo Luna, jornalista e documentarista, que reúne na bagagem diversas campanhas publicitárias e documentários como “O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas” (2000) e o ainda inédito “Fluxos” (2019).

Tomando as eleições presidenciais de 2018 como tema, “Fora da Bolha” apresenta depoimentos de intelectuais de quatro capitais brasileiras (Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Recife), que nos ajudam a pensar os acontecimentos de 2013, as eleições de 2014, a Operação Lava Jato, o impeachment, a chegada ao poder de Jair Bolsonaro, e além.

Quais as consequências da política espetacularizada pelo marketing, transformando mentira em virtude? Como não se deixar cair nas armadilhas da política vivenciada como ódio ao outro? “Fora da Bolha” nos oferece uma grande oportunidade para pensar nessas construções fora dos binarismos políticos tão predominantes no país dos dias que correm. Um filme oportuno, necessário e – para os que querem fazer diferente – imperdível.

Lançamento: 07 de setembro no canal do Fora da Bolha no Vimeo. Exibição gratuita em 07 e 08 de setembro.

Quem é Marcelo Luna

Nascido no Recife, em maio de 1968, vem desde a década de 90 produzindo conteúdos que valorizam o alcance dos trabalhos colaborativos, livres, sociais e solidários. Circula e trabalha em algumas formas audiovisuais: no cinema documental (como diretor, produtor, roteirista ou montador), na propaganda e publicidade e no marketing político.

Num breve resumo da sua trajetória, pode-se destacar a realização do documentário “A TV e o Voto” (1990), sobre as eleições presidenciais no Brasil pós-redemocratização. Compartilhou roteiro e direção no curta “Ópera Cólera” (1992), sobre a chegada da epidemia em Pernambuco. Também codirigiu e corroteirizou o longa “O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas”, filme premiado no Brasil e no exterior e referência no estudo da cultura urbana brasileira.

Dirigiu e roteirizou o média metragem “Para Não Esquecer Angola” (2005), que trata dos 30 anos de independência daquele país africano. Assinou roteiro e direção no média de TV Recife Doc (2012), sobre a cultura e condições urbanas da cidade do Recife. Dirigiu o programa de televisão Sustentare (2013), com 28 episódios sobre o desenvolvimento sustentável em Pernambuco.

Também assinou roteiro e direção no longa “1 menino do Bié” (2008), sobre da trajetória de um músico angolano na reconstrução do país depois de 40 anos de guerra. Realizou o curta “J. Borges” (2009), para exibição no Museu de Arte Popular de Santa Fé, no Texas/EUA, sobre o cordelista e xilogravurista do agreste pernambucano. Fez o roteiro e montagem do longa “Hereros Angola” (2011), sobre a vida e o povo africano Herero.

Roteirizou “O poeta americano” (2014), curta sobre a paixão pelo futebol na vida de João Cabral de Melo Neto. Fez a montagem final do premiado “Meu nome é Jacque” (2016), documentário sobre a vida de uma transexual e ativista social. Realizou o longa metragem “Fluxos” (2019), ainda inédito, sobre as migrações humanas, numa conexão que viaja por Brasil, Angola e Portugal para falar de colonização, sobrevivência, superação e imigração.

Entrevistados do Fora da Bolha:

Raul Silveira é economista, mora no Recife.

Débora Abramant é psicanalista, mora no Rio de Janeiro.

Marcus André Melo é cientista político, mora no Recife.

Cila Schulman é consultora política, mora em São Paulo.

Josias de Paula é professor e sociólogo, mora no Recife.

Tales Ab’Saber é professor e psicanalista, mora em São Paulo.

Eduardo Saphira é profissional de comunicação política, mora em Salvador.

Francisco Bosco é filósofo, mora no Rio de Janeiro.

João Cezar de Castro Rocha é professor e ensaísta, mora no Rio de Janeiro.

Antonio Risério é escritor e antropólogo, mora em Itaparica.

https://www.youtube.com/watch?v=jRb66lD2OEI (Promo)

https://www.instagram.com/foradabolhadoc/

(https://vimeo.com/foradabolhadoc)

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