Presencial ou à distância: Novo Ensino Médio incentiva estudantes
Para especialista, o modelo demanda essa competência fundamental que passou por adaptações durante a pandemia
A lei federal do Novo Ensino Médio estabeleceu uma ampliação do tempo mínimo do estudante na escola e definiu uma nova organização curricular. Contemplando uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ofertando diferentes possibilidades de formação, os itinerários formativos, a ideia da mudança é aproximar os conteúdos aprendidos nas escolas à realidade dos jovens brasileiros e às demandas e complexidades do mercado de trabalho e da vida em sociedade.
Segundo Henrique Braga, coordenador pedagógico e coordenador do projeto do Novo Ensino Médio do Sistema Anglo de Ensino, no contexto pós-pandemia, esse modelo se torna ainda mais compatível, pois incentiva algo que a próprio isolamento provou ser essencial: a interação. “Quando a gente pensa no Novo Ensino Médio, seja de uma maneira remota em um primeiro momento ou presencial, o que a BNCC espera que o estudante desenvolva são habilidades e competências que ocorrem a partir de uma conexão maior com o outro”, explica Braga.
O coordenador comenta que essa questão da interação se tornou, paradoxalmente, até mais intensa durante esse momento de isolamento social. Embora distantes fisicamente, as pessoas desenvolveram formas de interagir por meio de lives e videoconferências. Muitos professores inspirados por esse contexto também começaram a buscar práticas que fossem mais interativas. De acordo com o especialista, há uma dinâmica de aprendizagem, mesmo à distância, que pressupõem uma troca maior entre as pessoas.
O Sistema Anglo, por exemplo, propôs em seu novo material, alinhado à nova legislação e às diretrizes da BNCC, que os itinerários formativos fossem feitos inclusive em turmas multisseriadas. “Isso quer dizer que o aluno pode estar na primeira, segunda ou terceira série do Ensino Médio na formação geral, mas nos itinerários formativos ele se agrupa por interesse. Isso favorece muito um novo tipo de interação, porque tem se falado tanto em metodologias ativas, em protagonismo do aluno, em uma maior relação de empatia, e se esses estudantes têm perfis diferentes e um tem um pouco mais de vivência e experiência que o outro isso pode ser transferido, aproveitado e explorado, sempre tendo o professor como um mediador para equalizar a relação”, diz Braga.
Vale lembrar que a lei federal do Novo Ensino Médio ainda não foi regulamentada por todos os estados, então pode sofrer alterações. O estado de São Paulo foi o primeiro a anunciar a mudança curricular que entra em vigor a partir de 2021.