Tempos sombrios. A marretada que decapitou a Mulher Rendeira

Passaram-se dias em Fortaleza sem a população, amante da arte, saber o que havia ocorrido com a escultura “Mulher Rendeira”, criada em 1966, pelo escultor pernambucano José Corbiniano Lins.

A escultura estava instalada na parte externa da agência do Banco do Brasil, localizada no cruzamento da Rua Barão do Rio Branco com Avenida Duque de Caxias. Porém, sumiu no dia 29 de abril de 2020.

A descoberta veio a partir da investigação feita pelo professor de arte e construtor de brinquedos José Viana da Silva Neto.  Segundo ele, a escultura fora demolida durante uma reforma realizada na dita agência do BB.

No local, o professor José Viana encontrou os pedaços do monumento no lixo.  Em contato com os operários disse ele: “expliquei ao pessoal que fui lá pela importância da obra e eles disseram que eu poderia levar os pedaços da escultura destruída. Então guardei os destroços’’.

A Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, informada do fato, decidiu que os pedaços da “Mulher Rendeira” seriam encaminhados à guarda da família de Corbiniano Lins que faleceu em 2018, aos 94 anos de idade. Conforme a secretária a reconstrução será paga pela empresa de engenharia que executou a reforma e danificou a obra.

De acordo com o produtor e músico Calé Alencar, em publicação em rede social, a obra foi destruída a marretadas pelos operários que trabalhavam no local.

A Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza (Seculfor) ressaltou que a escultura “Mulher Rendeira”, não é propriedade do poder público municipal e estava em espaço privado.

O Instituto dos Arquitetos do Brasil (Departamento Ceará) criticou e cobrou respostas as autoridades responsáveis.

Por Carlos Emanuel

 

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