De 16 países, Brasil é o que mais sofre com ansiedade por causa da pandemia de coronavírus
Estudo da Ipsos também avaliou como a Covid-19 está impactando as pessoas – especialmente mulheres – em aspectos como insônia e depressão
Quatro em cada dez brasileiros (41%) têm sofrido de ansiedade como consequência do surto do novo coronavírus. As mulheres são as mais afetadas: enquanto 49% se declaram ansiosas, 33% dos homens estão lidando com o sintoma no momento. Os dados fazem parte do levantamento Tracking the Coronavirus, realizado semanalmente pela Ipsos com entrevistados de 16 países.
O índice de 41% ranqueia o Brasil na primeira posição entre as nações mais ansiosas. Em segundo lugar, está o México, com 35%. Com 32%, o terceiro posto vai para a Rússia. Por outro lado, Japão (6%), Alemanha (7%) e Coreia do Sul (15%) são os menos impactados pela ansiedade a nível global, segundo os ouvidos do estudo.
Inimiga do sono
De dia, a preocupação é com o uso de máscaras e a higienização correta de mãos e de objetos. Pela noite, a batalha é contra a insônia. De acordo com os dados da Ipsos, 26% dos brasileiros têm enfrentado dificuldades para dormir na pandemia. Mais uma vez, o impacto é mais alto entre o sexo feminino: são 33%, contra 19%.
O Brasil está no pódio novamente ao considerarmos os efeitos da insônia em todas as nações, mas desta vez, o primeiro lugar ficou para o México, com 38%. O Brasil aparece em segundo, com 26%; e em terceiro, estão a Espanha e a África do Sul, empatadas com 25%. Japão (6%), Coreia do Sul (10%) e Austrália (12%) são os menos afetados.
Desequilíbrios físicos e emocionais
Um em cada dez entrevistados no Brasil (11%) admitiu estar lidando com sintomas de depressão como uma consequência do surto de Covid-19. As declarações divididas por gênero revelam um impacto predominantemente feminino: 14% são mulheres e 7% são homens.
Os que mais sofrem de depressão na pandemia são os sul-africanos, com 20%. Em segundo lugar, empatados em 19%, estão os americanos e os indianos. O terceiro posto fica para os russos, com 18%. Em contrapartida, chineses (4%), japoneses e franceses (ambos com 5%), e alemães (8%) são os menos deprimidos.
Se o brasileiro, felizmente, não entra no hall dos países mais afetados pela depressão, não se pode dizer o mesmo a respeito das enxaquecas. 14% dos entrevistados disseram estar sofrendo de dores de cabeça crônicas como resultado da pandemia de coronavírus, sendo 18% mulheres e 9% homens.
Considerando todas as nações participantes do levantamento, o índice do Brasil o coloca em primeiro lugar, junto com o México (14%), no ranking dos mais impactados pela enxaqueca. Em segundo, vêm Índia e Itália (ambos com 11%), seguidos por África do Sul e Espanha (ambos com 10%). Sofrem menos: Alemanha (5%), China e Japão (ambos com 6%) e Austrália, Canadá, França e Reino Unido (empate quádruplo com 7%).
Alimentação desregulada
O Brasil é o país onde as pessoas mais admitem estar se alimentando em excesso por causa da Covid-19. Quatro em cada 10 brasileiros (39%) ouvidos declararam estar comendo demais em decorrência da pandemia. Entre as entrevistadas do sexo feminino, o percentual é maior. São 42%, contra 36% do sexo masculino.
O México fica em segundo lugar, com 30%. Na terceira posição, há um empate entre Canadá e África do Sul, as duas nações com 29%. Na outra ponta da lista, apenas 9% dos participantes franceses e japoneses disseram estar comendo em excesso, 10% dos alemães e 14% dos chineses e sul-coreanos.
O percentual brasileiro que autodeclarou estar comendo menos desde que o surto de coronavírus começou é muito mais baixo, de 8%. Desta vez, há uma inversão: os homens são mais impactados – 8%, contra 7% entre as mulheres.
A Índia é o país cujo maior número de entrevistados afirmou estar se alimentando em menor quantidade como consequência da Covid: 14% do total de ouvidos locais. A segunda posição ficou com o México (9%) e Brasil e China empataram no terceiro posto (8%).
Considerações finais
No Brasil, poucos saíram ilesos da pandemia. Apenas 22% do total de participantes locais disseram que não foram impactados por nenhum dos pontos abarcados no levantamento. Os homens foram os que mais se preservaram: 23%, contra 20% entre o sexo feminino.
O resultado brasileiro coloca o país em primeiro lugar – empatado com o México, também com 22% – entre as nações mais afetadas pelo surto de Covid-19, levando em conta 16 países. Na segunda e terceira posição, estão, respectivamente, Itália (27% declararam não ter se afetado) e Rússia (28% declararam não ter se afetado).
Em apenas dois de todos os países analisados, mais da metade dos entrevistados disse não estar sofrendo os sintomas mencionados na pesquisa: Alemanha (53%) e França (52%). O terceiro lugar ficou para o Japão (44%).
A pesquisa on-line foi realizada com 16 mil adultos de 16 países entre os dias 07 e 10 de maio de 2020, sendo 1.000 entrevistas no Brasil. A margem de erro é de 3,5 p.p..