PNAD 2019: Indicadores de concentração de rendimento no Ceará
A partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua – que investiga, regularmente, informações sobre os rendimentos provenientes de todos os trabalhos e de outras fontes não oriundas do trabalho das pessoas residentes no Brasil, foi possível observar os indicadores de concentração de rendimentos no Ceará, na série histórica de 2012 a 2019.
Distribuição por classes de percentual das pessoas em ordem crescente de rendimento médio mensal real recebido de todos os trabalhos
Ao observar a estratificação em classes de percentual das pessoas em ordem crescente de rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos em 2019, no estado do Ceará, constatou-se que a metade dos trabalhadores com menores rendimentos receberam, em média, R$ 566. Em relação a 2018, esse rendimento ficou maior R$ 20 (R$ 546); já na comparação com 2012, registrou-se aumento de 4,0% em média (R$ 544).
Na análise regional, observam-se diferenças importantes na ordem de grandeza dos rendimentos locais. Alagoas (R$ 677), em 2019, apresentou a maior média de rendimento do trabalho para a metade da população com menor rendimento, e o estado Piauí (R$ 423), o menor. Entre 2012 e 2019, os estados de Pernambuco e Sergipe não apresentaram aumento neste indicador (ambos com quedas de 3,0%). Entre os demais estados do NE, a Bahia apresentou o maior crescimento do rendimento médio dos 50% da população com menores rendimentos (12,0%).
Razão do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos entre o último percentil de pessoas com maiores rendimentos e a metade da população com os menores rendimentos
A análise da concentração de rendimento por meio da distribuição das pessoas por classes de rendimento mostrou, em 2019, que as pessoas que estavam no último percentil de rendimento, ou seja, aquelas que faziam parte do 1% da população com rendimentos mais elevados (cujo rendimento médio mensal real era R$ 24.192) recebiam, em media, 42,7 vezes o rendimento da metade da população com os menores rendimentos (cujo rendimento médio mensal real era R$ 566).
Gráfico – Evolução da razão do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos entre o último percentil de pessoas com maiores rendimentos e a metade da população com os menores rendimentos, Ceará 2012 a 2019
Índice de Gini do rendimento médio mensal real recebido de todos os trabalhos
O índice de Gini do rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos, no Ceará, foi de 0,547 (0,509 BR) em 2019. Entre 2012 e 2014 houve uma tendência de redução deste indicador, passando de 0,529 para 0,506. A partir de 2015, entretanto, o índice voltou a aumentar para 0,510, no ano seguinte aumentou para 0,514, e em 2018 já era 0,530.
Os estados de Alagoas (0,452) e Maranhão (0,497) apresentaram os menores índices aqui na Região Nordeste, em 2019. De 2018 para 2019, os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba tiveram redução desse indicador, enquanto que nos estados de Pernambuco e Ceará houve as maiores elevações do índice, com destaque para o primeiro, que passou de 0,494 para 0,534.
Gráfico – Evolução do índice de Gini do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, Ceará 2012-2019