Sindicato dos jornalistas lança campanha de sindicalização “A esperança tá no sindicato”
O Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) lançou, no sábado (1º/02), a Campanha de Sindicalização 2020 – “A esperança tá no sindicato”, que objetiva reforçar a luta em defesa dos direitos da categoria no Estado, por meio da ampliação do número de filiadas e filiados. O lançamento aconteceu durante a “Confra dos Jornalistas”, a confraternização anual dos profissionais que atuam em jornais, revistas, rádios, televisões, sites, portais e assessorias de imprensa/Comunicação, realizada na ADUFC Sindicato.
Em meio à tradicional festa dos jornalistas cearenses, com direto a comida, bebida e música ao vivo (a cargo do grupo Samba de Raiz), um ponto de sindicalização foi disponibilizado no local, facilitando o ingresso imediato das pessoas no quadro de sócios do Sindjorce. Quem fez a filiação na hora pode concorrer ao sorteio de brindes, uma brincadeira divertida e que já se tornou tradição na confraternização da categoria. Mais de 100 mimos, todos doados por parceiros, foram sorteados, num evento que primou pela organização, com clima descontraído, reencontros e muita unidade.
O presidente do Sindjorce e também diretor de Mobilização da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Rafael Mesquita, destacou em sua fala que o momento atual coloca os sindicatos como protagonistas da luta coletiva, com a missão de combater o fascismo e levar esperança à sociedade. Ele elencou todos os retrocessos no campo social, as perseguições às profissões regulamentadas e aos valores iluministas, destacando os ataques ao Jornalismo, à ciência e às artes. Mas evidenciou o clima de celebração dos momentos em que a categoria sai fortalecida pelos reencontros e pela unidade. “Juntos, fazemos esperança”, disse.
“Nós passamos por várias ditaduras, vários governos que retrocediam em direitos mesmo em períodos democráticos – como o governo FHC, que implantou o neoliberalismo no país -, e vivemos agora a pior gestão que esse país poderia ter, com um governante de ultradireita que não tem a menor responsabilidade com o povo brasileiro”, denunciou Mesquita. Argumentou que citou o governo porque suas ações – e de seus ministros – tem impacto direto na vida dos jornalistas. Uma das medidas contra a categoria foi o fim da obrigatoriedade do registro profissional, cassada por Bolsonaro com a Medida Provisória 905/2019.
“No momento de desesperança, de retrocesso até na vida cotidiana, não vão ser associações empresariais, não vão ser as entidades que não sejam da luta popular, são essas instituições que vão estar conosco nesse momento”, frisou o presidente do Sindjorce. “A esperança está nos sindicatos! A esperança está na classe trabalhadora! A esperança está na luta popular e na vontade do povo brasileiro de dizer que nós seremos a força motriz desse país. Estaremos na luta coletiva, de mãos dadas. Nós dizemos que nós lutemos, que nós demos as mãos e façamos a revolução que esse país precisa: que é a mudança que vai nos colocar em patamares de dignidade e decência”, reafirmou.
A segunda vice-presidenta da FENAJ, Samira de Castro, comentou sobre os esforços da Federação para combater os ataques à liberdade de imprensa e de expressão no país. Além de fazer a denúncia pública da postura do presidente Jair Bolsonaro – que foi responsável por mais da metade das agressões aos jornalistas em 2019 -, a FENAJ se somou a outras organizações para levar os casos de violações à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA). O resultado desse esforço é que a CIDH vai realizar, em março deste ano, uma audiência no Brasil.
“Por isso, é preciso fortalecer as entidades representativas da categoria, no nosso caso, o Sindjorce, a FENAJ e a CUT, a central sindical a qual somos filiados”, disse Castro. A dirigente acrescentou que a categoria precisa se fazer presente nas atividades corriqueiras do Sindicato, como assembleias e atos. “Estamos sempre nas ruas, nos protestos e manifestações, e a presença dos jornalistas é muito importante nesses momentos”.