Cresce o número de pessoas com deficiência que são contratadas no país
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De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aconteceu em 2010, no Brasil existem 45.606.048 pessoas com algum tipo de deficiência. Desse número, 135.406 estão em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Mas, infelizmente, não é a maioria que consegue um emprego com carteira assinada. Mesmo com a existência da lei 8.213/1991, conhecida como Lei de Cotas, que determina que empresas maiores destinem de 2% a 5% de suas vagas para Pessoas Com Deficiência (PCDs).
Todavia, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia divulgou em fevereiro desse ano que o país registrou número recorde de contratação de PCDs. Com a fiscalização efetiva para o cumprimento da Lei de Cotas, foram contratadas em 2018 46,9 mil pessoas com deficiência, considerando empregos formais e aprendizes. Uma conquista histórica, levando em consideração os números de anos anteriores. Segundo a gestora de recursos humanos do Santa Genoveva, Giselle do Carmo, o hospital possui em seu quadro de funcionários 33 PCDs nas mais diversas áreas e busca sempre contribuir positivamente na vida e realidade de seus colaboradores, fazendo um acompanhamento próximo das pessoas com deficiência que são inseridas no ambiente de trabalho. “Com a criação do projeto Incluir impactamos positivamente na vida e na saúde de todos os nossos colaboradores. O projeto Incluir é muito mais do que simplesmente inserir no mercado de trabalho, é uma questão de cidadania e respeito ao próximo”, afirma Giselle. Para a gestora de recursos humanos, é importante que haja a criação de condições necessárias para que esse colaborador possa, dentro de suas possibilidades, usufruir do que a empresa oferece e vice-versa. “Todas as vagas abertas para o mercado de trabalho são disponíveis para candidatos com ou sem deficiência. De toda forma, para este projeto, o que fizemos foi olhar para o mercado de trabalho e divulgar oportunidades de trabalho para pessoas com deficiência, sem definirmos um cargo em questão. A intenção foi entender quais são os talentos disponíveis no mercado e, assim, olharmos para dentro de casa e analisarmos novas possibilidades de cargos e postos de trabalho”, esclarece. A real inclusão das pessoas com deficiência no trabalho vai muito além da contratação. A gestora destaca que se faz necessário um trabalho de conscientização com os colaboradores, para olharem a diversidade como uma oportunidade de conhecer o novo e, com isso, ter novas trocas e aprendizados. “Com toda essa forma de inclusão, recebemos no dia 02 de outubro a visita da fiscal do trabalho, Dra. Patrícia Siqueira, coordenadora do projeto de Lei de Cotas do Ministério do Trabalho de Belo Horizonte, para conhecer nosso trabalho de inclusão de pessoas com deficiência. Fomos referenciados como Hospital Modelo de Gestão em Inclusão. E, no dia 03, participamos como palestrantes do primeiro fórum de inclusão e acessibilidade realizado na OAB, para compartilharmos as boas práticas com as demais empresas da cidade de Uberlândia. Atualmente, apenas seis empresas na cidade cumprem a cota em sua totalidade. Nós estamos entre essas empresas. Em dezembro, receberemos as empresas e autoridades em nossas instalações para discussão de ações práticas para inclusão dos deficientes”, comemora a gestora.
Inserir para incluir Quando uma pessoa com deficiência decide ingressar no mercado de trabalho, em muitos lugares por onde passa, enfrenta diversas situações preconceituosas. Como aconteceu com a massoterapeuta Adriana Alves. “Já enfrentei muitas vezes o preconceito e menosprezo. Mas aqui é diferente. É gratificante você estar em um novo trabalho. Ser recebida no Santa Genoveva como massoterapeuta foi um salto grande na minha vida”, diz emocionada. O massoterapeuta Rodrigo Alexandre só tem motivos para comemorar desde quando começou a trabalhar no Santa Genoveva Complexo Hospitalar. “Quando descobrimos que temos alguma deficiência é muito difícil. Fico muito feliz por ter tido uma nova oportunidade para trabalhar. É gratificante saber que ainda existem empresas que estão de braços abertos para nos receber”, disse. Rita de Cássia é analista administrativo e trabalha há 10 anos na área de TI, onde participa do desenvolvimento de vários projetos. “A nossa limitação não significa que não somos capazes. Também conseguimos realizar um bom trabalho. Sentir que fazemos parte de uma grande equipe é gratificante”, finaliza a analista. |