Pautando a Bola

Hoje vamos falar sobre os títulos de equipes sem muita tradição no futebol cearense mais que fizeram história.

Tramways, Calouros do Ar e Gentilândia.

Só uma retificação, no programa anterior faltou falar sobre o quarto título do Maguari, que ocorreu em 1944. Essa seria a 30° edição do Campeonato Cearense. Ubaldo foi o artilheiro, com 12 gols. A equipe foi campeã invicta com 9 vitórias, 50 gols marcados e 11 sofridos. Seis times disputaram esse ano, todos da capital, entre eles, Luso Futebol Clube e Peñarol. O Ceará pediu licença no meio do torneio, gerando suspensão a ele por um ano.
Fundado em sete de setembro de 1933 por funcionários da Companhia Eletrica Ceara Tramway Light e Power CO LTD, que tinha linhas de bonde e ônibus em Fortaleza, o Tramway disputou pela primeira vez o certame estadual em 1939 com sete derrotas em 11 jogos. Em 1940 foi campeão com três jogos de antecipação. Foram 15 jogos, 12 vitorias 02 empates, 01 derrota, 42 gols marcados e 17 gols sofridos. No ultimo jogo já em 1941 com dificuldades financeiras encerra as atividades.
O nome Calouros do Ar surgiu para homenagear o conjunto musical da base aérea de Fortaleza e os aspirantes a oficiais aviadores que chegavam à base aérea de Fortaleza. O clube fundado no dia 01 de janeiro de 1952 tem o tremendao da Aerolandia como seu mascote. E o uniforme de camisas com listras verticais vermelhas, verdes e brancas, calção branco e meias brancas ou verdes. O Estádio Jose da Silva Porto tem capacidade para três mil pessoas.
Um grande momento do clube foi vencer o Botafogo (RJ) em um amistoso por 1 x 0, no dia 12 de junho de 1954, no Estádio Presidente Vargas.
Gol de Orlando Ciarlini (40′ segundo tempo). O time carioca tinha estrelas como Gerson e Garrincha
Em 1955, oito equipes disputaram o titulo cearense. O artilheiro foi Mourão (America) com 12 gols. Entre as equipes participantes estavam Usina e Nacional. O Ferroviário venceu o primeiro turno e o Calouros o segundo turno. Na decisão, cada equipe venceu um jogo. E a final aconteceu no dia 11 de marco de 1956 e o time da base aérea venceu por 2 x 0 com gols de Zezinho e Zuzinha.
A formação que entrou em campo e foi campeã contava com Jairo, Pedrinho, Coité, Luciano, Wandyr e Jesus, Edilson Araujo Zezinho, Beto e Helder e Zuzinha. Com 64 anos de existência o clube e presidido por Elio Nogueira e disputou pela ultima vez o Campeonato Cearense da terceira divisão em 2014.
O Coronel Jose Gentil Alves de Carvalho, dono de boa parte dos terrenos do bairro Gentilandia construiu o Club Social da Gentilandia, com sede na Rua Rodolfo Teofilo, hoje Waldery Uchoa. Daí surgiu em 01 de janeiro de 1934 a idéia de formar um time de futebol se reuniu então Oton Sobral, Moacir Machado, Jandir Machado, Paulo Araujo, Jose Lemos, Raimundo Cals que fundaram o Gentilandia Atlético Clube.
O “O Clube dos Acadêmicos” teve vários encerramentos e retornos das atividades durante anos. Em 1937 foi o primeiro fim. Um ano depois voltou como “Leão do Subúrbio”. Em 1943 o clube disputou a segunda divisão e abandonou. No ano de 1968 novamente competiu na Serie B cearense ficando em ultimo lugar. Nesse ano o Gentilandia encerrou suas atividades.
O time foi campeão em 1956 só ganhando, o primeiro turno. O segundo turno não foi disputado, por isso a imprensa da época considerou o Gentilandia como meio campeão. Foram 12 jogos, seis vitorias, um empate e cinco derrotas. 18 gols marcados e 23 sofridos. O titulo foi decidido com o Ceara e a equipe venceu por 1 x 0 o vovô. A equipe base foi Pedrinho, QuixadaBecil, Lamparina, Célio, Teófilo, Edilson, Pipiu, Fernando Santo, Fernando Sátiro e Marcos.

O programa FutCearaCast é exibido todos os domingos, na página http://futcearacast.podbean.com/ e conta sobre o futebol

 

 

O maior goleador do futebol cearense em edições diferentes

Conhecido como “Peru”, pois na grande área conduzia a bola com facilidade e levava ela para um lado e para o outro, rodopiando, Raimundo de Araújo França, nasceu em 16 de janeiro de 1918 em Maracanaú. Sua estréia no futebol foi no Ginásio S. João em 1938, onde estudava. Depois em 1939 veio o Tramways, 40, o Fortaleza, 41, o Ceará, onde seria campeão e posteriormente no ano seguinte bi-campeão, feito repetido nos dois anos seguintes com a camisa do Rio Negro do Amazonas, em 1945 passou pelo Fluminense. No Leão foi campeão em 46, 47 e 49.
França foi o maior artilheiro em edições do Campeonato Cearense foram cinco vezes, três delas pelo tricolor do Pici (40, 46 e 47) e duas pelo alvinegro de Porangabussu (41 e 42). Com 67 gols nessas temporadas em 43 jogos teve a média de 1,5 gols por jogo.
Durante sua passagem pelo Fluminense, o cronista Airton Monte comenta que França, teria se prejudicado no Rio de Janeiro por causa da vida extra-campo: “tinha tudo para ser um jogador reconhecido. Só que ele era muito farrista”. Renato Abreu, na edição do O Povo de 09 de fevereiro de 1997, avalia, que a discriminação do técnico Velasquez, por causa da origem nordestina do jogador, o teria tirado da equipe. Mesmo assim teria sido escolhido o melhor jogado do pó de arroz, pelo Jornal dos Sports.
Foi o treinador do Fortaleza, Calouros do Ar, América, Guarany de Sobral e seleção cearense em 1952.
Formado dentista pela Universidade do Amazonas quando jogava por lá

 

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