Setor têxtil e de confecção quer menos juros, mais crédito e reformas estruturais para a retomada do crescimento
Setor têxtil e de confecção quer menos juros, mais crédito e reformas estruturais para a retomada do crescimento
Ante a queda acentuada do PIB em dois anos consecutivos, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel, enfatiza as medidas necessárias à retomada do crescimento.
“Os dados do IBGE relativos à queda de 3,6% do PIB em 2016 expressam a tragédia que acometeu a economia brasileira nos últimos anos”, frisou Pimentel, acrescentando: “A produção de vestuário (-6,7%) e a têxtil (-5,3%) foram coerentes com a grave retração do País”. Apesar disso, estima-se que ambos os segmentos tenham crescimento, ainda tênue, de um por cento em 2017.
“Acreditamos que a economia nacional, após todas as derrocadas que experimentou, tenha uma leve expansão este ano”, disse o presidente da Abit, ponderando que “é hora de encarar os desafios que temos pela frente e de recolocar o País no caminho da prosperidade”.
Contudo, Pimentel alertou que a retomada de um ciclo consistente e duradouro de crescimento somente será viável com a queda dos juros, restabelecimento do crédito e adoção de taxa de câmbio competitiva, em curto prazo, e com a aprovação da reforma previdenciária e da trabalhista, cujos projetos estão em curso. “Também é fundamental a reforma tributária, contemplando a desoneração das empresas e o fim da guerra fiscal”. Tais avanços são muito importantes, pois reduziriam o custo da produção, melhorariam o ambiente de negócios e atrairiam novos investimentos.
No caso específico das relações trabalhistas, “é preciso flexibilizá-las, adequá-las à nova realidade da economia, conferir soberania às negociações entre empregadores e empregados e reduzir o percentual dos salários recolhido pelo governo, de modo a aumentar o valor real dos rendimentos dos trabalhadores e reduzir os ônus das empresas”, ressaltou Pimentel.