Maior olimpíada científica do país, Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica chega à sua 22ª edição

Cerca de 10 milhões de estudantes já participaram do evento até hoje

 

A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica chega à 22ª edição aproximando jovens de todos os cantos e realidades do país das ciências espaciais. A prova de 2019 acontece no dia 17 de maio em todo o território nacional e é voltada para todos os estudantes dos ensinos fundamental e médio. Nesse ano, foram cadastradas cerca de 18 mil escolas. Espera-se um total de 800 mil participantes. 

Segundo o coordenador da OBA, o professor e astrônomo Dr. João Canalle, a olimpíada tem como missão debater e compartilhar práticas pedagógicas voltadas a essas disciplinas, além de divulgar o valor dessa ciência em âmbito nacional. “Queremos levar a maior quantidade de informações sobre as ciências espaciais para a sala de aula, despertando o interesse nos jovens e promovendo a disseminação dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa entre professores e alunos, além de mantê-los atualizados”, reforça.

 

A olimpíada é dividida em quatro níveis – os três primeiros são para alunos do ensino fundamental e o quarto, para os do ensino médio – e a prova é composta por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas conforme a pontuação obtida por cada nível. 

Os melhores classificados na OBA representarão o país nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e na Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2020. E os participantes dessa edição ainda vão concorrer a vagas na Jornada Espacial, que acontece em São José dos Campos (SP), onde os participantes recebem material didático e assistem a palestras de especialistas na área espacial. 

Dentre milhões de brasileiros que tiveram a trajetória transformada através da OBA está a recém-empossada deputada federal por São Paulo, Tabata Amaral, que, além de medalhista nacional, também conquistou títulos internacionais de astronomia.  Inspirada em Tabata, a jovem Miriam Harumi Koga, 19 anos, de Guarulhos (SP), foi medalhista da olimpíada em 2016, sendo a grande destaque na edição de 2017 da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, conquistando a medalha de ouro, dentre outros prêmios. Tamanho sucesso resultou na sua aprovação para duas universidades nos Estados Unidos, onde hoje reside e trabalha. Além disso tudo, ela ainda idealizou um projeto de apoio à participação feminina na ciência. 

– Aos nove anos, tive a oportunidade de participar pela primeira vez da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e testar meus conhecimentos na área de astronomia de forma desafiadora. A partir de então, passei a estudar astronomia com frequência, sempre participando da OBA e sonhando em representar o Brasil em alguma competição internacional sobre o assunto. Aprender sobre a física do universo me deixa deslumbrada e, com a medalha de ouro na Olimpíada de Astronomia e Astronáutica, muitas oportunidades se abriram – revela Miriam. 

Trajetória e crescimento 

Em 22 anos de existência, a OBA se aproxima dos 10 milhões de participantes e distribui anualmente cerca de 50 mil medalhas. Em 2018, a olimpíada teve a participação de 770.338estudantes de 8.456 escolas de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal, além da colaboração de 65.060 professores.

 

Além de ter crescido, a OBA se multiplicou. Dentro da olimpíada foi criada a Mostra Brasileira de Foguetes, a MOBFOG, que teve, em 2018, um total de 120 mil participantes lançando seus foguetes aos céus do Brasil. Mas não é só isso. Também nasceram as Jornadas Espaciais, as Jornadas de Foguetes, os Acampamentos Espaciais e os Encontros Regionais de Ensino de Astronomia (EREAs). Em 78 edições, este último já capacitou mais de 7.500 professores passando por diversas cidades do país, até mesmo na longínqua Oiapoque, no extremo norte do Amapá.           

Mostra Brasileira de Foguetes

Realizada pela OBA, a 13ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante. Ela é voltada para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país. Jovens que concluíram o ensino médio podem participar, desde que representando a instituição na qual se formaram, com a concordância da mesma. O evento acontece dentro da própria escola e tem quatro níveis.    

Os estudantes do ensino médio e do 6º ao 9º ano do ensino fundamental que conseguirem os melhores lançamentos de foguetes serão convidados para a Jornada de Foguetes, evento anual que reúne alunos de todo país na cidade de Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro. Em 2018, a MOBFOG contou com 120 mil alunos. Para essa edição são esperados mais de 150 mil alunos. 

Os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em equipe. A escola deverá informar os nomes dos participantes e os alcances obtidos por seus foguetes à comissão avaliadora do evento. No final, todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado e os estudantes que alcançarem os melhores resultados receberão medalhas.

Os alunos do nível 1 (do 1º ao 3º ano do ensino fundamental) lançam foguetes construídos com canudinhos de refrigerantes. Os do nível 2 (do 4º ao 5º ano do fundamental) elaboram foguetes com tubinhos de papel. Já os alunos do nível 3 (do 6º ao 9º ano) constroem foguetes com garrafas PET, mas usam somente água e ar comprimido para lançá-los. 

Os alunos do ensino médio também fazem foguetes de garrafa PET, mas com um elemento mais complexo, pois têm que usar combustível químico, ou seja, vinagre e bicarbonato de sódio. No site da OBA, no tópico “Downloads”, encontram-se todos os detalhes para a construção dos projetos, além dos vídeos explicativos. Os resultados serão obtidos por meio das distâncias medidas ao longo da horizontal entre a base de lançamento e o local de chegada dos foguetes.

Organização 

A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). São promovidos, desde 2009, os Encontros Regionais de Ensino de Astronomia (EREAs), entre 10 e 12 por ano. O programa é realizado com parcerias locais e principalmente com recursos obtidos junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Quem desejar organizar um EREA em sua região, basta entrar em contato com a secretaria (oba.secretaria@gmail.com).

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