FORRÓ DE RAIZ – PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL BRASILEIRO

O Sesc realizou de 26 a 28 de abril o Fórum Forró de Raiz RJ, evento que reuniu no Rio de Janeiro personalidades, artistas, pesquisadores e profissionais reconhecidos nacionalmente pela sua atuação na cadeia produtiva do forró. A realização do Fórum – cuja programação envolve uma audiência pública, mesas redondas e um show-manifesto – teve como objetivo promover o debate acerca do registro como patrimônio imaterial das Matrizes do Forró pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. A audiência pública aconteceu no Sesc Ginástico, as mesas de debates, no Sesc Tijuca, e o show-manifesto, na Feira de São Cristóvão. 

 

Outros fóruns regionais já foram e serão realizados pelo país, mas o do Rio – onde reside a segunda maior comunidade nordestina fora do Nordeste – promete ser um marco. Além da intensa programação e da presença de nomes influentes da cultura nordestina e forrozeira, o evento carioca marca a adesão oficial do Sesc ao movimento, que agora ganha força institucional. 

 

“Como fomentador da cultura em suas mais diversas manifestações, o Sesc RJ tem o compromisso de se engajar a movimentos que tragam valorização e reconhecimento a expressões artísticas que tenham grande representatividade junto a sociedade do estado do Rio de Janeiro e todo o país. E o forró é uma delas, por conta da numerosa comunidade nordestina que ao longo da história contribuiu para o desenvolvimento do Estado e também para enriquecer ainda mais a cultura local”, afirma o gerente de Responsabilidade Social do Sesc RJ, Paulo Damasceno. 

 

AUDIÊNCIA PÚBLICA 

Uma audiência pública, no Sesc Ginástico, dia 26/4, deu início ao fórum. O encontro reuniu artistas, profissionais do ramo e autoridades para discutir políticas públicas sobre o tema, entre elas, o ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão. A comunidade forrozeira encaminharam ao Senado Federal pedido de emendas ao orçamento que viabilizem recursos para atender outras exigências para o reconhecimento como patrimônio imaterial. Entre elas, registros audiovisuais e pesquisas acadêmicas sobre as matrizes do forró. O parlamento brasileiro esteve representado pela senadora Fátima Bezerra (PT-PB), presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR). 

 

DEBATES 

o Sesc Tijuca recebeu os debates sobre o forró como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Especialistas se debruçaram sobre todos os aspectos que envolvem a manifestação cultural, e os resultados vão alimentar o processo de propositura do reconhecimento, protocolado junto ao  

 

Iphan em 2011 pela Associação Cultural Balaio Nordeste, da Paraíba. 

As mesas serão divididas em eixos que discutirão aspectos conceituais sobre o forró. Entre eles estão as suas matrizes e seus ritmos tradicionais, sob o viés da qualidade musical, do mercado fonográfico e da composição; regulamentação profissional; leis de incentivo e arrecadação de direitos; sustentabilidade da nova geração;  forró e a mídia; políticas públicas, empreendedorismo e forró como conteúdo pedagógico; e identificações de territórios, comunidades e atividades. 

 

Diversas personalidades e especialistas no tema, em música e na cultura nordestina e brasileiramarcaram presença nos debates. Os músicos Kiko Horta, Jadiel Guerra, Sergival e Daniel Gonzaga (filho de Gonzaguinha e neto de Luiz Gonzaga); a cantora, compositora e jornalista Antonia Amorosa; o diretor teatral, documentarista e escritor Marcus Faustini; os pesquisadores Felipe Trotta (UFF) e Elis Ângelo (UFRRJ); o poeta, músico e militante da cultura nordestina Marcus Lucenna; e o jornalista, cantor e compositor Gilberto Teixeira. 

 

PROCESSO JUNTO AO IPHAN 

Para a obtenção do reconhecimento de um bem cultural como Patrimônio Imaterial Brasileiro é preciso comprovar que o mesmo possui continuidade histórica e tem relevância nacional para a memória, a identidade e a formação da sociedade brasileira. No caso do forró, a proponência data de 8 de julho de 2011 e foi encaminhada pela Associação Cultural Balaio Nordeste, da Paraíba. 

 

De lá para cá, a entidade tem realizado fóruns regionais por vários estados brasileiros e tem recolhido insumos importantes para o processo. Em 10 de setembro de 2015, em um Fórum em João Pessoa (PB), foram definidas as diretrizes para a Instrução Técnica do Registro das Matrizes do Forró, uma das etapas do processo. Trata-se dos aspectos sobre o forró de raiz que precisam ser levados em consideração para a correta salvaguarda dessa manifestação cultural. É sobre essas diretrizes que os participantes do Fórum do Rio de Janeiro se debruçaram.  

 

Os resultados das discussões do Rio – adicionadas àquelas realizadas em outras localidades por onde o fórum passará a partir de agora – vão compor um dossiê sobre o forró de raiz. Trata-se de uma vasta documentação que inclui ainda registros audiovisuais, uma pesquisa etnográfica e um inventário, entre outros conteúdos. O material será entregue ao Iphan para análise. Em seguida, caso emita parecer favorável ao registro, o Instituto submete o processo ao seu Conselho Consultivo, que toma a decisão. Se ela for favorável, o forró é inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão do Iphan e recebe o título de “Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. 

3 thoughts on “FORRÓ DE RAIZ – PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL BRASILEIRO

  • 2 de maio de 2018 em 12:41
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    Interessante essa matéria que aborda sobre o forro como patrimônio imaterial , pen que não seja iniciativa do Sesc -Ce que a muito tempo não publica sua programação no jornal do comércio do Ceará . Parabéns ao Sesc do Rio e ao jornal do comércio do Ceará !

    Resposta
  • 6 de agosto de 2018 em 21:01
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