Crescimento mais equilibrado no varejo global; Brasil tem uma representante entre 250 maiores do mundo

Receitas das 250 maiores varejistas do mundo somaram US$ 4,4 trilhões em 2016; 

Momento do comércio é transformador, mas consumidor conduz tendências. 

As 250 maiores empresas de varejo do mundo apuraram receitas somadas de US$ 4,4 trilhões no ano fiscal de 2016, o que equivale a um crescimento de 4,1% em relação a igual período de 2015, segundo o estudo da Deloitte Global PowersofRetailing 2018: mudança transformadora, comércio revigorado. 

“A economia global está em meio a um período de crescimento relativamente forte e com condições benignas. O crescimento avançou na Europa e no Japão, ficou estável na China e nos EUA e foi retomado em diversos mercados emergentes”, afirma Ira Kalish, economista-chefe da Deloitte Global. “Para os varejistas, um crescimento econômico mais forte é sempre bem-vindo. No entanto, eles também devem lidar com as consequências negativas da crescente desigualdade de renda, ações de protecionismo e o potencial impacto do aperto monetário.” 

Entre as empresas brasileiras, destaque para o grupo Lojas Americanas S.A, que pelo terceiro ano consecutivo figura na lista das 50 companhias de crescimento mais rápido dentre os maiores grupos varejistas globais, além de seguir como único representante do Brasil no ranking das 250 maiores empresas do setor, ocupando a 185ª colocação. 

“É importante perceber que, em geral, as empresas que apuraram melhores resultados entre as gigantes do varejo mundial são aquelas que se adaptaram melhor às múltiplas plataformas de vendas e de atendimento aos clientes. A cada dia, o consumidor navega com mais desenvoltura pelos canais online dos varejistas, obtém informações e trocam impressões pelas redes sociais para fazer comparações e decidir onde e como comprar. No entanto, todas as facilidades do espaço virtual não são garantias de vendas online, pois as pessoas vão escolher o ambiente que melhor atender seus anseios a cada compra, o que pode acontecer em uma loja física ou virtual”, explica Reynaldo Saad, sócio-líder da Deloitte para o atendimento às empresas do setor de Bens de Consumo e Varejo. 

 

Gigantes globais 

No ranking global, os cinco maiores varejistas mantiveram suas posições no quadro de líderes. Por outro lado, uma combinação de crescimento orgânico, aquisições e volatilidade da taxa de câmbio embaralhou as colocações das empresas restantes no Top 10 do ranking – que agora representa 30,7% da receita de varejo geral do Top 250 (em comparação com 30,4% no ano anterior). 

As norte-americanas Wal-Mart, CostcoWholesale Corporation e The Kroger Co. continuam, portanto, na liderança do ranking, seguidas pelo Schwarz Group, da Alemanha, e da também americana Walgreens Boots Alliance. 

A Amazon (EUA) avançou da 10ª para a 6ª colocação, substituindo nessa posição a The Home Depot (EUA), que recuou para o 7º lugar. O AldiGroup (Alemanha) manteve a 8ª colocação, enquanto que o Carrefour S.A. (França) passou do 7º posto para o 9º neste ano. Já a norte-americana CVS Health Corporation figura na última posição do Top 10, evoluindo da 12ª colocação, na qual estava no ano anterior. 

Pela primeira vez em quatro anos, as empresas varejistas do setor de vestuário e acessórios não foram as líderes de crescimento, mas continuam formando o segmento mais lucrativo. 

A quota europeia do Top 250 caiu novamente este ano, com 82 varejistas entre os listados com sede na Europa (eram 85 no ano fiscal de 2015 e 93 no ano fiscal de 2014), o que aumentou a diferença em relação às empresas da América do Norte. No entanto, desse resultado, os varejistas europeus seguem sendo mais ativos em nível mundial, enquanto buscam crescimento fora dos mercados domésticos maduros, de acordo com os dados do estudo. Quase 41% das receitas combinadas das empresas dessa região foram gerados a partir de operações estrangeiras – o que equivale a quase o dobro do apurado no geral do Top 250. 

 

Mudança transformadora 

O estudo da Deloitte avalia também como as regras do varejo estão sendo reescritas neste momento de transformação do setor. A inovação, a colaboração, a consolidação, a integração e a automação provavelmente serão necessárias para revigorar o comércio, impactando profundamente a maneira como as organizações fazem negócios agora e no futuro. 

O levantamento apurou quatro grandes tendências: 

Criação de recursos digitais de primeira linha – Os varejistas de todo o mundo estão se adaptando rapidamente ao fato de que, do ponto de vista do consumidor, a decisão de compras não é baseada em uma disputa entre os ambientes físico e online. Para eles, o canal de compras não importa, mas, sim, a satisfação de suas expectativas; 

Passar a combinar os ambientes físico e online compensa o tempo perdido – Muitos varejistas que ficaram inicialmente à margem das atuais evoluções do mercado podem não ter conseguido acompanhar as tendências digitais com a intensidade ideal, mas estão agora compensando o tempo perdido com esforços de readequação; 

Criando experiências exclusivas e atrativas na loja – As lojas físicas de varejo não estão sendo extintas: 90% das vendas no varejo mundiais ainda são realizadas nesses tradicionais ambientes. Mas, para competir com a conveniência e a variedade de oportunidades permitidas pelo ambiente online, oferecer experiências significativas aos clientes e contar com o engajamento das marcas são cruciais para manter as lojas físicas atrativas; 

Reinventando o varejo com as mais recentes tecnologias – Internet das coisas (IoT), inteligência artificial, realidades aumentada e virtual e robôs devem estar no radar dos varejistas como ferramentas de gestão e de estímulo às vendas. 

“Vivemos um tempo de transformação no varejo. O cliente está claramente com o controle nas mãos, habilitado pelas tecnologias para permanecer constantemente conectado e mais capacitado do que nunca para gerar mudanças de comportamento em relação às compras”, diz VickyEng, líder global do setor de varejo da Deloitte. 

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