CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO É MAIS UMA FERRAMENTA PARA O ENDIVIDAMENTO

“Um passo importante seria a obrigação da instituição financeira em fornecer gratuitamente um curso de educação financeira, com o conteúdo fiscalizado pelo Banco Central, antes de qualquer brasileiro pegar um empréstimo”

A Caixa Econômica Federal acaba de lançar o cartão de crédito consignado. Na prática o banco quer entrar no mercado que movimenta quase R$ 340 bilhões e cresce todos os anos. Basicamente o crédito consignado é aquele atrelado a uma fonte de renda, ou seja, a instituição financeira tem mais segurança de que receberá de volta o valor emprestado. A taxa de juros ficará em 2,85% ao mês e é baixa se comparada a do cartão de crédito tradicional que muitas vezes supera os 15%. O limite será de até 1,4 vez o valor recebido mensalmente e só valerá para aposentados do INSS, ou seja, se a pessoa recebe R$ 2 mil de benefício o seu limite será de R$ 2,8 mil. Como regra oficial, aposentados, pensionistas e servidores públicos podem se endividar com o consignado em até 30% do que recebem mensalmente. “O grande problema é que, esta é mais uma ferramenta para os aposentados se endividarem. A regra dos 30% não vale para este cartão de crédito consignado, ou seja, a dívida poderá ser somada. Na prática, vamos supor que uma pessoa ganha R$ 2 mil e já no limite de R$ 600,00 por mês de dívida. Ela ainda poderá ficar devendo mais R$ 2,8 mil neste novo cartão de crédito”, explica Fabrizio Gueratto, Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira.

Apesar da taxa de juros no cartão consignado da Caixa ser de 2,85% é importante lembrar que, a poupança, rende neste mesmo período apenas 0,38%. Outro ponto importante é o endividamento da população brasileira. “Atualmente, temos mais de 60% das famílias brasileiras endividadas. É o maior patamar desde 2015. O cartão de crédito é o principal motivo para 78% das famílias. Em muitas destas famílias o aposentado virou a única fonte de renda e este possui muita facilidade para conseguir dinheiro emprestado. Esses fatores combinados acabam virando uma bola de neve. Além disso, grande parte destes recursos é para o consumo, o que é pior ainda. Dívida somente em uma emergência, entretanto, dentro do planejamento financeiro, esta possibilidade já deveria estar prevista e uma reserva financeira já precisava ter sido guardada. Infelizmente o brasileiro vive como se não houvesse amanhã e acha normal estar endividado”, comenta.

O cartão de crédito pode ser uma boa alternativa para o acúmulo de benefícios como milhagens e cashback. “Por exemplo, se uma pessoa vai comprar um saco de pão na padaria, não importa se ela pagará em dinheiro ou no cartão de crédito ou débito. O valor será o mesmo. Já que não tem a possibilidade de desconto, neste caso, é melhor pagar pela forma que gera mais benefício, no caso, o cartão de crédito. Porém, ele só é útil para quem tem controle dos gastos. Hoje as próprias bandeiras dos cartões oferecem aplicativos em que é possível controlar o limite em tempo real. Um passo importante seria a obrigação da instituição financeira em fornecer gratuitamente um curso de educação financeira, com o conteúdo fiscalizado pelo Banco Central, antes de qualquer brasileiro pegar um empréstimo”, finaliza Fabrizio Gueratto, do Canal 1Blhão Educação Financeira.

Sobre 1Bilhão Educação Financeira

O Canal 1Bilhão Educação Financeira leva educação financeira em uma linguagem simples, resumida e disruptiva, para que o investidor aprenda a acumular riquezas, preservar o poder de compra e aumentar a sua rentabilidade com investimentos com alta expectativa de retorno. Fundado pelo jornalista, escritor e palestrante Fabrizio Gueratto, eleito em 2018 com um dos mil paulistanos mais influentes e que atua a mais de 12 anos no mercado informações financeiras. O canal tem como o slogan “investimento não é cassino” e foca em desconstruir na cabeça do brasileiro a ideia de que é preciso acertar sempre o investimento da moda. O planejamento patrimonial de qualquer pessoa, independente da sua classe social deve começar ainda na infância e continuar até o final da vida. Além disso, o conteúdo também revela as pegadinhas que existem dentro do mercado financeiro e como desviar delas.

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